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OVERDOSE I: A House no Brasil pela visão da DJ Dany Bany

7 Jun 2021

Reportagem: Danila Moura 

Crescida em meio à Disco, a trajetória de vida da DJ Dany Bany guarda muitas semelhanças com a evolução da House Music. Quando ela começou a virar os primeiros toca-discos no comecinho dos anos 2000, a pegada Hard Techno inicial acabou baixando o BPM aos poucos, até as influências  da infância como filha de mãe clubber da Disco tomarem conta do trabalho da DJ. Conduzir a vibe da pista para fazer jus à função de “dança”  é o forte de Dany, mulher pioneira da House no underground paulistano e grande especialista em som ideal para after-hours.

 

Confira a visão de Dany Bany sobre a House Music em São Paulo.

“Minha mãe escutava muito Michael Jackson. Ela tinha um disquinho verde autografado do Patrick Hernandez, sempre rolava em casa, eu toco até hoje. Toda vez que eu ouço, eu lembro muito dela se vestindo para ir às boates na época, ela se vestia todo dia sempre no horário do Jornal Nacional, na hora do comercial ela escutava música muito alegre, sempre rolava Disco ou alguma música para dançar. A primeira vez que eu ouvi  “Planet Soul – Set U Free” foi porque minha mãe mostrou. Eu trago muita coisa dessa fase no meu trabalho como DJ.



Meu primeiro contato com a música eletrônica também foi pela coleção de vinis da minha mãe, que tinha Michael Jackson e o “Melhores da Pista com DJ Iraí Campos”. Ela gostava de música brasileira, ela tinha todos os discos do  Roberto Carlos e Jovem Guarda. Ela esperava ansiosamente todos os lançamentos do Michael Jackson chegarem no Brasil


Depois, eu fui criada no Techno, sempre gostei de hard Techno. Aos vinte poucos anos eu dizia que house era coisa de ‘bicha cansada”. Mas o tempo passou, eu fui escutando e vendo que eu gostava do Techno em si mas não condizia com tudo, minha cabeça foi mudando, assim como meus pensamentos, ideologias. Aos poucos, eu descobri que a minha paixão de verdade é a House, não tem jeito. 

https://www.youtube.com/watch?v=iRaSHE7OYu4

Entre as primeiras músicas de House que eu comecei a curtir está “Black Waters” do Kevin Saunderson e Anne Sauderson, esta faixa representa muito para mim. Foi uma das que me estimulou a gostar mais do estilo musical. Também preciso citar “Summer Time Breeze” do Larry Heard. 

Quando eu aprendi a tocar há mais de 15 anos atrás, nem tinha CDJ, a ideia era tocar Techno com vinil tocar techno mesmo. Há oito anos eu comecei a ter essa vontade de novo de retornar para valer profissionalmente. Então, eu decidi o estilo que eu ia tocar independente de qualquer coisa. Eu mantenho outro projeto, como o Mama Fire de Techno mais pesado, totalmente ao contrário do que toco como Dany Bany, mas que me deixa muito feliz.

Olha, sobre a sua pergunta a respeito de outras DJs mulheres que tocavam House, eu acho que  não tinha.  Só house, house mesmo era difícil. Por exemplo, a Andrea Gram tocava Techno. Aliás, ela e a Gláucia ++ foram as primeiras DJs mulheres que eu vi tocar na minha vida. Mas elas não tocavam house. A Nega Nervous começou no hip hop, mas ela tocava música eletrônica geral. Agora, DJ brasileira de house mesmo, não tinha na minha época não, só eu.


Quando eu comecei a sair, há 20 anos atrás, a cena era voltada para os clubes de Techno. Eu ia muito no Lov.E.  Até existiam algumas noites que tocavam House, mas era o Pareto que tinha uma festa dedicada totalmente voltada para o estilo, chamada Rebolado. Ele foi o pai da house por aqui. Até tinha alguns lugares que tocavam, como no Xingu. Quando eu comecei a tocar na D-Edge, na Freak Chic, eu ganhei uma residência com o Ton Kabir, fizemos um projeto chamado Soul Freak no lounge de sexta feira. Tentamos fazer uma noite de House chamada Lets Jack com os amigos Mauricio Ricardo e Beto Almeida há pouco tempo em um clube que já fechou. Eu  tentei [fazer uma festa de House] mas é difícil hoje em dia.

A minha track de House preferida é “Black Waters”, quem mostrou foi um amigo que já faleceu. Eu vi Kevin Saunderson executar essa faixa ao vivo na época do Lov.E. Eu sempre tive o sonho de tocar essa música, até que uma vez, em Trancoso, apareceu essa oportunidade. Eu cheguei na festa com o Fernando Figueiredo, caiu uma chuva. Então ele disse: ‘amiga, você tem uma música para salvar? O pessoal está indo embora’. Eu toquei justo essa, a festa voltou. Quando comecei a tocar no D-Edge, meu sonho era ver a parede da pista dois abrindo com esse som. Dito e feito, aconteceu. Essa música traz a lembrança do meu amigo que se foi, faz eu recordar das minhas histórias nessa jornada eletrônica, quando me deixa bem me faz chorar, são muitos sentimentos em uma música só.

A house não existe uma sem a disco, né, não consigo pensar na Disco sem automaticamente pensar na House. Os timbres, os grooves, são os mesmos elementos. A música é evolução, por isso tem suas vertentes. A house é uma vertente da disco music. Ainda bem que teve essa junção e movimento ,porque se ficasse só na disco, no cenário de hoje, soaria cansativo. Particularmente, eu não gosto de um set só de disco, as duas coisas caminham mais juntas.

Olha, se for preciso escolher os meus DJs de House preferidos….logicamente, primeiro eu diria Pareto, ele é um dos pais da house brasileira. Também gosto muito de uma menina que está tocando agora, a Due. Se eu tivesse que passar meu cajado, com certeza eu passaria para ela. Outro houseiro chique é o Beto Almeida, ele faz a mistura do house com a disco perfeita. Gosto do Maurício Ricardo mas ele já foi mais house mas tem meu respeito. Entre os internacionais, Todd Terry, a Nina Kraviz no começo q tocava deep, respeito bastante, Kevin Saunderson, todos eles né. Marshal Jefferson, Roger Sanchez, eu também acho maravilhoso.

https://www.youtube.com/watch?v=t3pfbJtHeYM

Uma grande referência é o DJ Mimi. Até o Eric Morillo, ele queimou o filme, infelizmente, mas a qualidade do trabalho dele é incontestável. Eu poderia ficar aqui horas e horas citando nomes. Atualmente, eu curto bastante Nic Fanciulli e Todd Terry. Ah, tem Crazy P, eu não posso esquecer melhor, foi o show da minha vida. Gosto bastante de Soul Clap, Greg Wilson  é o pai, eu vi ao vivo, eu vou ficar aqui a tarde inteira falando (risos). Esses são os melhores para mim.

RAIO-X

Luiz Pareto Criador da festa Rebolado, uma das primeiras voltadas para a House, onde o DJ Marcio Vermelho começou a dar os primeiros passos na discotecagem. “Os DJs ingleses Asad Rizvi e Eddie Richards são as principais estrelas da festa Rebolado, que acontece hoje no antigo prédio da Rede Globo em Santa Cecília. A festa marca o lançamento do selo Rebolado, do DJ e produtor Luiz Pareto.

Depois de dez anos de carreira, Pareto decidiu montar uma empresa própria. Dela sairá, além dos vinis com música eletrônica brasileira e de fora, um site e um programa de rádio na Internet. Pareto é residente, às quartas-feiras, no clube Sutra e, aos sábados, toca no Jazzy, além de aceitar convites por som nos clubes Lov.e, A Lôca e Base, entre outros.

“Em minhas festas, a maior atração é a música. Quero mostrar o diferente ao público, mas de forma acessível, para não tocar apenas os clássicos da música eletrônica”, conta ”. Leia mais

Patrick Hernandez Para lembrar quem foi este cantor, a mais maneira fácil é dizer “Born To Be Alive”! Este foi o grande sucesso deste cantor Francês, que nasceu numa pequena vila em Paris (na época todo mundo pensava que ele era de algum país de língua espanhola), e estourou com este único no final de época das Grandes Discotecas (lançado em Novembro de 1978), e que teve uma grande influência nas pistas de dança no começo dos anos 80, quando este chegou aqui pelas pistas do Brasil. Ele cresceu nos anos 60 interessado por música, filho de um pai Espanhol, e uma mãe Meia Austríaca e Meia Italiana. Boa mistura!

Em 1978 ele conheceu o produtor Jean Vanloo, que estava totalmente inserido na Disco Music, e Hernandez tentou trabalhar junto com ele, e deu muito certo! Logo após o lançamento do single “Born to be Alive”, ele já ganhou o primeiro Disco de Ouro Italiano, em Janeiro de 1979. O sucesso veio de repente, e os países da Europa. Em junho deste mesmo ano, ele já estava viajando para os EUA. Uma curiosidade é que em seu tour pelos EUA uma das dançarinas que o acompanhou era a icônica Madonna. Leia mais

DJ Iraí Campos Do Flash Back à Música Eletrônica, é assim que o DJ Iraí Campos se auto intitula – “Dj Festa”, pois só determina seu repertório após observar a Pista, e aos poucos ir descobrindo qual o estilo mais agrada. Seu estilo inconfundível vem desde os anos 80 agitando gerações.

Aos 16 anos, conseguiu seu primeiro espaço como DJ, numa Casa da Zona Norte de São Paulo no “Tio Sam Club”, e depois pulou para uma das Maiores Casas da Época a “Toco”. Inaugurou Califórnia Dreams (em Santana) tocando aos sábados; na mesma época, teve sua primeira experiência em um Clube Prive – Lonorabille Societá, época essa em que Iraí Campos tocava de segunda a sexta, e aos Domingos fez uma Domingueira da Toco em São Caetano – resumindo: tocava todos os dias da semana sem descanso , e ainda criado a programação da Rádio Bandeirantes FM. Ganhou notoriedade, e se apresentam nas principais Casas Noturnas do País, tendo tocado até no Japão.Como consequência, iniciar seu trabalho também nas principais rádios de São Paulo, como: Bandeirantes, Jovem Pan FM, Pool, Nova FM, Transamérica e Manchete; e atualmente tem o programa todas as Sextas às 8h30 da manhã na 97FM com o programa Energia na Véia. E por dez anos, todos os Sábados às 22h na Alpha FM 101.7, comandou o programa Alpha Disco Classics. Atualmente, o conceituado DJ transmite como mixagens Ao Vivo para a rádio Jovem Pan todos os sábados a partir das 22h diretamente pela História. Foi o primeiro DJ do Brasil, a produzir um “Remix Nacional” – “Louras Geladas”, da banda RPM, em parceria com os DJs Grego e Julinho Mazzei;e em trabalho solo, os principais nomes da música Pop no Brasil: Marina Lima, Tim Maia, Kid Abelha, Lulu Santos e Titãs, que rendeu o primeiro remix nacional produzido nos Estados Unidos ao lado de Tuta Aquino. Com o lançamento da série – O Som das Pistas – apresentamos-se em Casas Noturnas de todo o Brasil, fazendo festas de lançamento do seu vinil, o seu CD, Leia mais

“Planet Soul – Set U Free” O produtor George Acosta sempre foi muito famoso entre seus colegas de Miami, colaborou com remixes e idéias para vários artistas relevantes. Mas, os trabalhos de George como produtor não eram suficientes para exibir todos os seus dotes artísticos e conhecimentos musicais. Foi então que no final de 1994 ele apareceu com seu primeiro single “Set U Free”, lançado pelo selo Dance “Strictly Rhythm Records”, percorreu todo a América como um furacão, indo para a Inglaterra e o mundo afora. “Set U Free” é um passeio incrível por ritmos digitais como o eletro de George Clinton e a house de Stevie B e Tony Garcia, ritmos acid, caracterizados por sua percussão eletrônica pesada e um forte tendência funk. Não dá para explicar. Tem que ouvir!

George tinha apenas 24 anos (embora estivesse trabalhando em estúdio desde os 18 anos). A vocalista Nadine Renee já era sua conhecida há tempos. Além de produtor, ele era um verdadeiro arquiteto do som, trabalhando como DJ e sempre antenado nas novas tendências da época, sem nunca abandonar como raízes da House Music. Isso garantia ao Planet Soul uma credibilidade muito grande.

Durante o ano de 1996, a Alma do Planeta mundial até dizer “chega”! Seu próximo single “I Feel the Music”, no mesmo estilo de “Set U Free” atingiu todo o mundo como um meteoro, tendo exposição massiva, tanto de rádio como de TV. Já na segunda metade de 96, o single era “Look into my Eyes”. Este já continha uma atmosfera mais viajante, com toques de trance e acid house quase hipnóticos. Definitivamente, 96 foi o ano do Planet Soul. Leia mais .

 

 

OVERDOSE I: A House no Brasil pela visão da DJ Dany Bany