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Overdose I: A House no Brasil pela visão do DJ Renato Lopes

31 May 2021

Reportagem: Danila Moura

Ao lado dos DJs Mauro Borges e Marquinhos MS, Renato Lopes é considerado um dos principais DJs brasileiros na pesquisa de House, durante a chegada do estilo ao Brasil, conforme palavras do mestre Osvaldo, o Mr. Groove. Nos anos 90, ao lado de Mauro Borges, Renato encabeçou o clube Nation, uma referência na cena eletrônica LGBTQI+ e um dos nascedouros da House em São Paulo. Lembranças de uma época em que DJs precisavam trocar informações entre si pessoalmente para ficar por dentro das novidades contrastam com o avanço da desumanizada comunicação digital. 

Confira o depoimento sobre o comecinho da House no underground paulistano noventista.

“A House não foi a primeira vertente musical que eu comecei tocar. Eu iniciei como DJ do clube Madame Satã, então peguei ‘parte do bonde do que já estava andando’ do que era o Satã musicalmente, até então no comando de Magal e Marquinhos MS. Eu estendi essa linha durante o tempo que estive lá, em 1986. Ao mesmo tempo, ainda não tinham chegado muitos discos, mas já havia notícias sobre a House, principalmente, nas revistas e nos jornais internacionais de música. As publicações especializadas falavam dos produtores de Chicago e do que estava acontecendo, não só nos Estados Unidos, mas também na Inglaterra, principalmente.

Como tudo se configurava de uma forma absolutamente inédita, tudo era novo, então toda informação que chegava era extremamente consumida e mastigada até o último fragmento possível, lendo muita coisa e trocando muita figurinha com DJs que tocavam na época, com uma carreira estabelecida naquele momento. No caso, um deles é o Marquinhos MS, eu o conheci de forma circunstancial. Eu trabalhava na Rádio Eldorado, entre 1983 e 1987. Marquinhos era um colaborador que levava para a rádio gravar discos que tinham a ver com a programação como EBTG, Aztec Camera, Durutti Column, Sade.

Ele apareceu levando bateria não de House, era muito mais da derivação do que era o Pós Punk e o som inglês. Eu levava discos para programação e nisso acabei conhecendo ele e, por conta desse contato, rolou um grande incentivo para eu começar a buscar informação.

Tudo isso aconteceu em 1985, eu acredito. Eu fui convidado para ser residente do Satã em 1986, após a saída do Marquinhos e do Magal. O maestro Paulo Herculano, que também trabalhava na Rádio Eldorado, conhecia o Claudio Mendes, que era o agitador cultural da casa. Com a saída do Marquinhos e do Magal, o maestro me indicou para fazer um teste, toquei numa segunda feira, quando acontecia o Cabaret Satã.

NASCIA O NATION DISCO CLUB
Vamos dizer, foi meio que um dos fios da meada para puxar e ter contato com a House Music. Após um ano no Madame Satã, eu, Mauro Borges, (falecido em 2020), Eloy W e Paulo Sant’ana (ambos falecidos entre 91 e 92 por complicações da AIDS), fomos convidados a fazer o Nation Disco Club. O clube ficava na Rua Augusta, na Galeria América. Por causa desta inauguração, nós tivemos também a grande oportunidade de receber uma grande quantidade de discos novos. Naquele período, poucos DJs tinham seu próprio acervo. A maior parte dos discos era da própria casa noturna, então, nós fizemos uma grande compra para o Nation. Eu não lembro o nome da pessoa responsável por trazer esses discos. Mas lembro que era um comissário de bordo. Era comum pessoas que trabalhavam nas companhias aéreas trazer discos da gringa. Desta forma, nós recebemos uma grande quantidade, só não sei dizer o número exato. Por volta de uns 150 discos, com um pouco de tudo que acontecia naquele momento, em plena explosão da Acid House na Inglaterra, DJs vindo de Ibiza, que faziam noites em Londres e foram se alastrando. Chegou muita coisa de Chicago e o que estava começando por lá, Steve Silk Hurley, boa parte dos artistas do selo Chicago Trax e dos produtores ingleses da época, além da série mensal de remixes do DMC.

Conseguia disco legal desta forma ou através de algumas lojas, como a era Bossa Nova, outro exemplo que fortaleceu esse momento da música em São Paulo. Teve uma outra loja muito importante em Pinheiros, se chamava New Images. Rolavam as lojinhas de vinil das galerias da Rua Vinte e Quatro de Maio, tinha uma outra do Vadão na Vila Mariana. Esses comércios musicais abasteciam os DJs que começavam a se interessar por House Music e música eletrônica no geral. Eles traziam os discos, mas, de qualquer forma, havia um grande filtro em função do gosto local ou do que chegava aos ouvidos das pessoas e dos DJs. As lojas entenderam essa dinâmica e apostaram comercialmente em determinados títulos mais do que outros por uma garantia de venda.

VIDA ENVOLTA DOS DISCOS
Na época, trazer um disco importado só por importar não era interessante, o investimento era alto, não podia ficar empatado na prateleira de jeito nenhum. Nós fazíamos pesquisa por listas [charts] (Billboard, New Music Express, Melody Maker, revistas I-D e The Face), mas desta forma era arriscado trazer um material que talvez ninguém tivesse interesse ou realmente não caísse no gosto. Você podia seguir uma dica conforme o gosto pessoal de um DJ. Era uma coisa mais fácil de administrar de se ter dessa forma, rolava uma certa exclusividade durante um tempo mas não era nada que durasse muito. Conforme as músicas chegavam, o público também vinha perguntar na cabine. Assim que uma pessoa descobria o nome, falava para outra. Aquilo também ajudava a criar uma história em volta dos discos e dos produtores. As lojas, sem dúvida, contribuíram imensamente. Principalmente a Bossa Nova, que arriscava a trazer títulos não tão assertivos na hora da venda. Também teve uma loja do Danilo Andreoli, a Dub Records, na Al. Casabranca com Av Paulista.

Além de lojas, eram pontos de encontro fora da noite, onde nós DJs frequentamos tanto para ter informação quanto para dar uma olhada nos discos, ver as pessoas para trocar figurinhas. Esses pontos foram muito importantes na cena de São Paulo, uma movimentação paralela ao que acontecia na noite. Além das lojas, algumas pessoas traziam as novidades. O DMC World DJ Championship [mais importante campeonato de turntablism no mundo] trouxe muita novidade. Existia um escritório de representação oficial do DMC em São Paulo coordenado por Juninho Thonon. Os DJs que participavam dessa associação recebiam mensalmente um pacote de discos com remixes dos principais singles de House, Techno e Hip Hop da época, feitos pelos DJs participantes do DMC em Londres. Eles importavam também muito equipamento. Algumas pessoas trabalhavam como vendedores particulares de vinis, como o André Matalon, nos anos 2000, ele teve até uma loja chamada Rhythm Records na Galeria Ouro Fino. André trabalhava na casa dele inicialmente, não tinha um ponto físico estabelecido como ele veio a ter depois. Na real, os DJs conseguiam discos muito mais através de contatos, dependiam de alguém trazer disco de fora, era necessário saber como encontrar uma alternativa para isso rolar. Dessa forma, perduraram esses pontos de encontros e lojas em São Paulo.

Este esquema durou até meados de 2010, quando eu ainda era sócio da agência de DJs Smartbiz junto com o Fernando Moreno, nós tínhamos um escritório na Galeria Ouro Fino, na Rua Augusta. Lá foi o centro da cultura club e rave de São Paulo entre meados dos anos 90 e começo dos 2000, com lojas de moda clubber, novos estilistas e onde a Rhythm Records, assim como a Intergroove e Techno Records se estabeleceram. A partir de 2007/2008, rolou uma mudança muito grande por conta da popularização do MP3, as lojas começaram a perder espaço e apesar de tentar se manter com a venda de equipamento, não conseguiram seguir em atividade. As lojinhas da Galeria 24 de maio nunca arredaram o pé, portas se abriram e fecharam, um dono passou para o outro. Um exemplo é o Oswaldo, o Mr Groove, ainda na ativa dentro da galeria. Com o passar do tempo, eu também migrei para o uso de MP3 e parei de usar vinil, um formato difícil de armazenar e manter em grande quantidade.

Quando eu vim para Copenhagen, eu me desfiz da minha coleção. Outrora, periodicamente, eu fazia uma peneirada daquilo que de fato eu achava não fazer mais sentido guardar porque eu realmente não tocaria mais, só estava parado na estante. Eu trocava, passava para frente ou vendia. Deixei uma pequena quantidade, os favoritos, com o DJ Mimi quando viajei. Em 2018 ele me enviou por um amigo em comum e eu voltei a comprar novamente, mas com uma frequência muito menor se comparado com os anos anteriores quando eu comecei a colecionar.

Na infância, cresci ouvindo programas de rádio como o clássico programa do Big Boy na Rádio Mundial AM do Rio de Janeiro, na juventude eu larguei o trabalho como bancário para ser radialista na Eldorado FM, entre 1983 e 1986, quando iniciei a carreira como DJ.

http://https://www.youtube.com/watch?v=7h91ZsJ8_eA

UNDERGROUND SP: FUSÃO DE ESTILOS
O som do Nation era uma grande mistura, não era só um espaço de House, mas foi o lugar que teve mais abertura para o estilo musical. Um dos responsáveis por isso é o DJ Mauro Borges, ele passou anos na Itália antes de vir para cá inaugurar o Nation. Na Europa, ele trabalhou como DJ, tocava disco-funk, pop europeu e high energy.

Em comparação ao Satã, um lugar eclético dentro do movimento pós-punk, com gêneros musicais pertinentes, por conta daquele mesmo espaço abrigar punk, o gótico, a new wave , as tribos desses segmentos tinham a sua vez na pista. Talvez em outros lugares fora do Brasil, isso fosse mais segmentado. Aconteceu o mesmo fenômeno no Nation Disco Club, lá tinha a hora do pop, disco e house.

Foi imerso nessa mistura que eu tive oportunidade de tocar bastante house. Eu gostava de jogar músicas novas na pista, que ninguém tinha escutado antes. Eu tinha liberdade para escolher o que tocar no Nation, uma característica presente em quase todos os lugares por onde eu toquei em São Paulo. Surgia uma exceção. Ou alguns estabelecimentos, muitas vezes, clubes gays, em determinado momento, certas vertentes da house foram consideradas undergrounds demais. O público gay seguia uma linha ‘não tocamos isso, precisamos ser mais comerciais e nao sei o quê’. Nas noites que tocamos nos clubes gays, provavelmente, eram as mais alternativas do local. A liberdade de arriscar algo novo sempre me incentivou como DJ. Eu corria o risco de ter uma pista vazia porque a música era muito nova, as pessoas não estão habituadas. Ao mesmo tempo, é um prazer ver uma track ou algumas daquelas músicas que, ao passar o tempo, se tornaram hits. A pessoa se identificava, e, a partir daquilo, começa a ser construído um segmento. Essa liberdade do laboratório, de poder experimentar, era o mais bacana da experiência.

Mas, apesar do ecletismo sonoro, o Madame Satã teve muito conflito de gangues, punks e carecas. Invadiam o clube, tinha briga e tudo mais. Mas no Nation isso nunca aconteceu, se rolasse alguma treta, era pela incoveniência de um frequentador alcoolizado que estivesse incomodando alguém, jamais por diferenças musicais.

Essa vivência tranquila foi vista no Nation e antes em outra casa localizada na Brigadeiro Luís Antônio, o Dandy’s Club, que Eloy e Paulo gerenciaram ao lado de Daniel Almeida e do DJ Ulisses Cavassana. Era um sobrado pequeno com um karaokê, embaixo tinha um american bar sem nenhuma pretensão. Não passou por reforma, entraram e botaram o clube, uma pista em cima e um bar embaixo. Funcionou por uns oito meses, era frequentado por formadores de opinião migrados do Madame Satã, que depois seguiram no Nation.

HOUSE ETERNA
Esse momento era tão rico, tudo inédito, era novo para as pessoas. Da mesma forma que existia um grande interesse de se identificar com a novidade, com a cultura club, ou com que pudesse ser considerado moderno. Isso criava também interesse das pessoas até mesmo de construir uma identidade com essas referências. As influências atravessaram esses lugares e conduziram o público, que uma parte escutava o que rolava no Satã, mas teve a mente aberta o suficiente para ouvir acid house.

Ao longo dos anos, eu segui tocando em outras casas e, certamente, eu sempre tive grande interesse em manter minha pesquisa musical. Mas eu tive a oportunidade de abrir espaço, aumentou o interesse para escutar no final dos anos 90 e começo de 2000, as produções entre minimal house e minimal techno, prncipalmente dos produtores alemães. Rolavam influências explícitas de Chicago house do começo, de Detroit também, das primeiras produções do Kevin Saunderson, por exemplo, era nítido o papel de um timbre semelhante, eu sempre tive grande interesse pela estrutura rítmica, seguia referência dos sons e dos timbres. Eu mantive essas referências [de house] mesmo quando eu pesquiso música nova.

Eu pesquiso em diversos gêneros um encaixe musical e procuro pedaços. Foi uma coisa que aprendi, porque eu tive maior consciência ao longo dos anos.

Não percebi rápido, mas na hora que eu entendi porque isso estava acontecendo ajudou a entender os DJs que na época comecei eles se mantinham de uma certa forma, ao longo dos anos, se mantiveram próximos dos estilos mais marcantes para eles, como o DJ Giancarlo Secci , eu toquei com ele no Columbia, onde fui residente após o fechamento da Nation, antes de ir para o Senhora Kravitz. O Giancarlo fazia uma pesquisa muito grande do som daquela época, que era meados dos anos 90. Ele foi DJ do Gallery e Regine’s nos anos 70, então ele era um DJ de disco music, boa parte da pesquisa dele era pautada no estilo. Eu gostei muito e achava incrível. Eu não entendia porque ele pensava dessa forma, na verdade, é uma questão de referências, que de uma maneira ou de outra, marcam. Vai muito além da identidade musical, ela se aplica também ao momento em que foi vivido. Então, esse período teve um grande significado, por ter acompanhado o começo da house music, mesmo até com um pequeno atraso, quando comparado com o que estava acontecendo no resto do mundo, principalmente na Europa e nos Estados Unidos. Mas é uma referência até hoje para mim. Eu entendo que, por exemplo, não exclusivamente por ele, mas é um um exemplo que veio mais próximo. Ajudou a compreender a pesquisa dele, dos materiais que ele ia atrás repletos de “partículas” da disco music por todos os lados.

COLORIDO NA NOITE
O Nation abriu em 1986, durou quase quatro anos no total . Aconteceu a morte do Eloy W e em seguida do Paulo Sant’Anna. Alguém que era soropositivo, naquela época, era dado como sentença de morte. Isso abalou de uma forma tão grande que drenou a energia e vontade de continuar. Ao mesmo tempo, foi se perdendo muito dessa força motriz que mantinha a casa, e, além disso, também um desentendimento entre os sócios. Num dado momento, os sócios não viam mais motivo para manter a casa e a sociedade, fechamos as portas.

A casa onde teve maior espaço para a house se comparado com as demais, obviamente que outras coisas também passaram, não foi uma exclusividade do Nation em momento algum. Mas a house lá tinha mais amplitude, teve mais visibilidade, por razões que vão além da música em si, influenciava o fato do espaço ser um grande chamariz. O Nation ganhava foco de atenção pela estética alegre que se opunha ao porão escuro do Madama Satã, era um lugar onde predominavam os tons claros nas paredes lá dentro, tom pastel areia quente. A cara do Nation assim como o próprio nome, foi fruto de um brain storm nosso com o estilista Walter Rodrigues. Inauguramos também com um mural feito pelo artista plástico Paulo Von Poser.

Todo aspecto deprê/dark, principalmente do punk e do gótico, seguiu em direção oposta, nascia uma celebração mais energética da vida, da diversão. A cultura clubber inspirava uma outra forma de se vestir com mais humor. O Nation expandiu essas possibilidades muito mais do que vários outros lugares, ou foi referência para outros. Mas não foi um lugar exclusivo de House. O Marquinhos MS fazia uma noite dedicada a house music, era a mais segmentada, acontecia às quarta feiras no Malícia, um clube gay na Consolação. As noites de quarta feira do Malícia eram dedicadas a house music. Marquinhos tinha uma pesquisa incrível, ele sempre tocava muita música bacana, era uma noite especial. Mas vários outros lugares começaram a tocar House, como a Toco, Contramão e Overnight, na Zona Leste, vários pontos. Nessas casas existia subdivisões de house music e italo house, que foi muito popular em São Paulo, e tocava muito nesses lugares. Nós tocamos também, mas o espaço era dividido com outros ritmos, os clássicos de house music, seja da Chicago Trax ou de algum selo de acid house inglês.

COPENHAGEN
Eu não discoteco com a mesma frequência em Copenhague como foi no Brasil; e desde o ano passado, com o COVID, a vida noturna da cidade ainda segue suspensa. Antes disso, eu tocava mensalmente na festa Lights Down Low, do DJ Fergus Murphy e em eventos esporádicos. Acho mais interessantes as festas ao ar livre, de dia, que são muito comuns no verão. Às vezes, eu participo de alguma festa nesse formato. Algumas vezes também sou convidado para fazer seleção de MPB.

RAIO-X

Chicago Trax
“Em 8 de abril de 2020, Larry Sherman morreu . Como co-fundador da seminal Trax Records de Chicago , ele impactou a história da dance music, e muitos sofreram por sua perda. Por outro lado, as práticas comerciais infames de Sherman (incluindo acusações de não pagar aos artistas os royalties devidos e de lançar música sem que eles percebessem o fato) carregam um legado trágico, e sua vida e trabalho deixaram muitos se sentindo prejudicados.

Os lendários heróis da Black House de Chicago como Adonis, Marshall Jefferson, DJ Pierre e Larry Heard estão amargurados por não terem sido devidamente compensados ​​por seu trabalho durante suas carreiras ilustres. Sherman – um homem branco do sul de Chicago – deixa uma relação racista abusiva com os royalties e aos pagamentos pelas canções fundamentais do gênero, incluindo “No Way Back” de Adonis , “Can You Feel It / Washing Machine” de Adonis , Robert Owens e “Bring Down the Walls” e muitos outros. Reparações imediatas são necessárias mais de 30 anos depois que esses homens mudaram o mundo”. – Fonte: MixMag

Phuture
“Nós realmente iríamos para dentro da máquina”, diz o DJ Spank Spank de Phuture sobre a invenção de meados da década de 1980 do som revolucionário do acid house.
“Tudo era tão novo”, acrescenta seu parceiro DJ Pierrre. “Foi tipo, faça como se sente”.
Misturando os sons emocionantes do underground de Chicago com tecnologia analógica de outro mundo, Phuture foi o profeta da libertação para gerações de festeiros. Seu clássico Acid Tracks de 1986, um exercício ainda alucinante de 11 minutos no funk de pista de dança minimalista, está no topo de qualquer lista dos maiores singles de house music de todos os tempos”.
Fonte: The Guardian

Guy Called Gerald
Seu nome artístico é despretensioso, modesto até. Mas A Guy Called Gerald , nome do governo Gerald Simpson, é um dos seletores e inovadores mais formadores na história da dance music, britânica ou não. Apesar de ser uma figura fundamental e duradoura no movimento “Madchester” , Simpson sempre hesitou em celebrar a si mesmo ou lucrar com sua influência; sua música é calorosa e acolhedora, mas sua prolificidade e dedicação ao trabalho são implacáveis. Embora os estilos de dance music nascidos e criados em Chicago e Detroit obtivessem grande aceitação em Londres, a versão mais distintamente britânica se desenvolveu no norte da Inglaterra, aquela paisagem industrial sombria homenageada pela faixa de dança industrial do The KLF “ It’s Grim
Up North. Fonte: Bandcamp

808 state
Escalado para o próximo Free Jazz Festival, o trio britânico 808 State foi uma das atrações do festival On the Beach 96 -evento realizado neste fim-de-semana, em um enorme circo armado na praia de Irvine (cerca de 40km ao sudoeste de Glasgow), na Escócia.
Como também deve acontecer no Free Jazz (dia 12 de outubro, em São Paulo; dia 13, no Rio), a dance music do 808 State esquentou a platéia para o show da cantora pop islandesa Bjork.
A dobradinha não é casual. Depois de ter Bjork como convidada, em um disco do grupo (“Ex-El”, de 1991), seu fundador Graham Massey colaborou na produção do último álbum da islandesa (“Post”, de 1995).
Como demonstrou no palco do On the Beach Festival, ao contrário da absoluta maioria dos grupos de dance music, o 808 State não se limita a fazer figuração enquanto baterias eletrônicas e fitas pré-gravadas reproduzem a música.
Incluindo guitarra, saxofone e instrumentos de percussão de verdade, em seus shows e gravações a dance do trio britânico tem sabor de música “ao vivo”.
“Fazer música eletrônica não impede que coloquemos muita emoção nela”, diz Darren Partington, que cita a banda techno Kraftwerk e os “soulmen” Marvin Gaye e Stevie Wonder entre suas influências pessoais. Fonte: Folha

Bomb the Bass
“Everybody in the street/ Get, get, get, a-get/ Get down to the crazy beat.” Alguns dos versos mais cantados da dance music serão tocados ao vivo hoje em São Paulo. O inglês Bomb the Bass, nome de guerra do inglês Tim Simenon, faz sua primeira apresentação por aqui, no festival Nokia Trends.
Trilha do extinto programa de TV “Clip Trip”, “Beat Dis” (a faixa dos versos acima) tomou rádios e pistas no final dos anos 1980. Trazia uma espécie de colagens de sons e batidas que ajudaram a massificar a dance music nos anos seguintes.
Além de “Beat Dis”, o show do Bomb the Bass terá outras faixas clássicas, como “Megablast”, além de músicas do último disco do inglês, “Future Chaos”, lançado na Europa há pouco. No Nokia Trends, veremos um show, e não um DJ set ou live PA. Simenon explica:
“No palco, sou acompanhado por dois DJs/VJs e um vocalista. É um show completo”.
Apesar do sucesso no final dos anos 1980, o nome Bomb the Bass foi pouco ouvido nos últimos tempos. Reportagem da Folha de S. Paulo em 2008. Fonte: Folha

Mark Moore
Mark Moore – o homem por trás do S’Express – estava na vanguarda da investida da house music na cultura pop britânica. Mas há muito mais nele do que alguns sucessos globais massivos. Deslumbrado pela cena underground em grande parte gay e totalmente fabulosa da capital do Reino Unido, ele embarcou em uma carreira como DJ para as multidões mais elegantes da cidade – tocando de tudo, desde Hi-NRG e Italo disco até hip-hop e temas infantis para TV. Nesta entrevista com Bill Brewster , que aconteceu em 2004, Moore relembra os heróis anônimos da vida noturna de Londres e uma carreira que o levou das pistas vazias ao topo das paradas. Fonte:  The GuardianRed Bull Music Academy

Overdose I: A House no Brasil pela visão do DJ Renato Lopes