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Inocente Violência

28 Apr 2021

A cantora, compositora e artista multimídia Lia Paris nos conta sobre seus novos projetos musicais. O lançamento de seu novo single Alone, no dia 23 de abril através do canal do DALI no YouTube, em parceria com Daniel Carlomagno; e o seu novo videoclipe Inocente Violência, dirigido por Lucca Salvatore, com estreia no dia 28 de abril durante o festival *m-v-f reloaded*.

Em sua carreira, Lia Paris firmou parcerias com nomes tais como Fredo Ortiz, do Beastie Boys; Daniel Hunt, do Ladytron; e Samuel Rosa, do Skank. Em 2019 venceu prêmios nas categorias de Melhor Videoclipe e Artista Revelação Internacional, pelo LAHFF no Clube BBC, em Londres; e Melhor Cinematografia e Edição, no LABRIFF, em Los Angeles.

Ao lado do produtor musical Daniel Carlomagno, Lia Paris integra o duo DALI, colab em que produzem trilhas sonoras para filmes e séries, além de fazerem shows ao vivo. Sua estreia foi em Stay, canção feita para a série Sessão de Terapia. Alone, seu novo single, tem construção minimalista composta por voz, piano e uma guitarra envolvente.

Multiverso, seu último álbum lançado em 2019, mantém a abordagem surrealista da artista, contando com colaborações de grandes produtores, como Dudu Marote, Ugot, L_cio e Daniel Hunt. Suas composições nasceram ao longo dos dois anos da tour de Lva Vermelha, show multimídia estreado em 2016.

Seu novo clipe, conta com a direção de estréia de Lucca Salvatore, conhecido por suas experiências audiovisuais, trazendo uma releitura de artistas nos quais se inspira, entre eles Caravaggio, Botticelli e Matisse. Sob influência de Afrodite, deusa do amor, há intenção de exaltar a essência de todos os tipos de corpos na sua vulnerabilidade humana, compondo a estética do que vem a ser o quarto videoclipe do álbum.

Inocente Violência tem sua letra como versão em português inspirada na faixa A Violence of Innocence, da banda dinamarquesa Ticktock. A produção musical é de autoria de um dos maiores expoentes da música eletrônica, o músico e produtor Laercio Schwantes, também conhecido como L_cio, a faixa ainda conta com a direção vocal do renomado produtor Dudu Marote selando essa colaboração de sucesso.

O que você pode nos contar sobre a concepção do seu novo clipe?

O clipe nasceu da vontade minha e do Lucca em trabalharmos juntos, em alguns encontros virtuais fomos desenhando as possibilidades dentro da narrativa dessa personificação do amor que a música traz. Lucca e eu imaginamos juntos os tons, contornos, trocando inspirações, aos poucos chegamos a um roteiro e uma ideia de caracterização para essa personagem central da música, uma espécie de fusão de entidades e condutores do amor, como o cupido, afrodite e a vênus.

Como foi a seleção dos parceiros para esse projeto (videoclipe)?

O Lucca, super talentoso e corajoso, inventou e concebeu uma ideia maluca de plataforma submersa para a nossa personagem poder caminhar sobre a água. Ele e o produtor João Luz montaram um super time, cada um da equipe foi essencial para que o projeto ousado fosse possível. O diretor de fotografia Pedro De la Fuente emprestou seu olhar afiado e precioso para nossa ideia de filmagem noturna e amanhecer que exigia experiência, também pelo pouco tempo que teríamos de câmera aberta.

O filme se construiria a partir da nossa personagem e uma locação surrealista. Foi então que convoquei a Sulamita Dancuart, diretora de maquiagem e efeitos especiais, que é minha parceira de longa data em criações de personagens de video clipes e ensaios fotográficos. Ela desenvolveu próteses complexas para serem aplicadas e interpretadas pelas mãos da outra super artista, a Stephanie Ascensión, que fez mágica naquela noite desafiadora para todos nós.

Foi uma aventura gravar esse clipe, ao ar livre, seguindo todos os protocolos de segurança e com equipe reduzida, tudo que podia dar errado deu. Choveu torrencialmente inviabilizando alguns dos cenários prontos, a câmera parou de funcionar e tudo atrasou obrigando a gente a improvisar novas cenas e locações. A equipe segurou a barra toda e no fim acabamos nos apaixonando pela nova cena principal. A produtora The End finalizou o clipe com a pós, apagando os pontos da plataforma e fazendo os retoques de cor.
Eu fiquei muito feliz com o resultado, é um trabalho que tenho muito orgulho, um grande aprendizado e troca entre todos os envolvidos. É louco como no processo vemos arte acontecer também e às vezes até com muito mais expressão nesses momentos mais desafiadores.

Como você enxerga o atual cenário da música brasileira?

Eu vejo o cenário da música brasileira efervescente por natureza desde sempre, e nos tempos atuais não é diferente, tem muita gente fazendo coisas originais e de alta qualidade em todos os estilos e ramificações. Mas em questão da estrutura da música e cultura nacional, eu vejo e sinto na pele uma enorme falta de aparelhos e oportunidades. Viver de música para 99% dos artistas é uma guerrilha sem fim, isso acaba minando muitos talentos, essa é a dura realidade, e é uma pena.

Falando de estilo musical, hoje em dia eu sou uma artista que acabei percorrendo mais a linha do pop, soft eletrônico e até indie rock, meio que tudo misturado, mas sei apreciar todo o tipo de música. Adoro descobrir coisas novas, antigas ou atuais dentro e fora do Brasil. Como minha vida nômade é uma viagem sem fim, uma coisa que faço muito é escutar as rádios locais e também perguntas às pessoas de cada região que estão curtindo no momento, é também a maneira que acho mais incrível de sentir e entender cada lugar, através das suas músicas, e assim acabo conhecendo coisas incríveis!

O que podemos esperar do DALI?

O Dali é um projeto paralelo à minha carreira solo que é como um respiro muito agradável, não temos a pressão de prazos nenhuma pretenção ou expectativa, nasceu naturalmente dos encontros musicais casuais com meu amigo, o grande produtor e compositor Daniel Carlomagno, e assim foram brotando canções dessa nossa intersecção. Alone, esse segundo single, é uma música clássica no sentido de ser minimalista, tem apenas o instrumental essencial para sustentar a mensagem da letra, leve e ao mesmo tempo existencial. Estou louca para saber o que vão achar.

Como foi a escolha das músicas para o Set de na Veneno?

Para mim uma boa playlist é como um presente, quando bate, te leva para outras dimensões. Então montei um set com as músicas que mais estão me emocionando no momento e que me provocam essas pequenas viagens. Entre esses achados estrada a fora durante minha passagem por alguns lugares onde morei nos últimos meses, juntei inspiração e faixas que me cativaram de alguma maneira, montei um set nessa vontade de levar quem ouve para passear comigo, muita coisa lado B e outras faixas mais pop ‘s, no geral artistas brasileiros, franceses, belgas e italianos.

Créditos:

Fotografia: KAO
Texto e entrevista: Yves Brijmohan

Inocente Violência